"Esse sol tão lindo, gostoso de se ver, essa vida boa correndo pelas mãos"

"Olho para o céu, tantas estrelas na imensidão do universo em nós"

"Vesti o melhor sorriso..."

"Cogito, ergo sum"

Archive for setembro 2011




“Nóis é do interior, mas não é besta não!” essa simples expressão ecoa no meu coração de uma forma muito linda, , refletindo sobre a “Origem do Povo Brasileiro.” Claro que alguns dias tecendo um pensamento sobre a antropologia do brasileiro, surgiu em mim um questionamento sobre a originalidade dos costumes, cultura, raça, religião, tipo assim o que é mesmo “MADE IN BRASIL?” no meio de tanta mistura que traz riqueza ao que chamamos de Brasil!? E o professor depois de minha exposição sobre essa pergunta me disse que era muito difícil responder minha pergunta assim de forma tão acertada no quesito originalidade, era a mesma coisa se eu fosse perguntado “Quem é Diego?”, refletir mais ainda...
Logo a primeira resposta é “Eu venho lá do sertão...” ou “Eu vim de lá do interior...” De uma terra de fama de gente forte para sobreviver às intempéries do tempo: temperaturas máximas de 40°, das escassas chuvas, distância da capital e do mar, e que durante algum tempo atrás passava longe de certas violências, drogas, prostituição- o que dizem ser traços do progresso- Por mais que seja sofrido e atrasado para uns, é o nosso lugar, nossa terra, nosso chão, e que quando estamos longe sentimos uma saudade enorme que basta ouvirmos algo sobre ela nos emociona “Nas margens do São Francisco nasceu a beleza ,e a natureza um dia conservou, Jesus abençoou com sua mão divina, pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina....” isso pra mim é um hino.Lembro da Petrolina não aquela que todo mundo conhece de imponente Catedral feita de pedras, terra de Geraldo Azevedo, do Bodódromo, das Ilhas, isso é belo, lindo e vale a pena conhecer, mas da Minha Petrolina com as peculiaridades de Diego Monteiro, “pelas ruas onde andei..”
No sertão quando morre alguém querido não se celebra apenas o 7º dia não, vai-se depois de 30 dias à visita de cova “é pra saber como estão as instalações nova do defunto?”, não é que o sentimento de saudade é tão grande que todas as vezes que se passa pelo cemitério se diz “dexa eu visitar fulano de tal aqui, ou à cova de fulano de tal.” Outro aspecto é a vizinhança do sertão, lembra muito os primeiros cristãos “os cristãos tinham tudo em comum, dividiam seus bens com alegria...” bate-se na casa da vizinha “uma xícara de açúcar, de café, 1 kg de arroz ou de feijão...”
Ambiente marcado pela religiosidade forte e porque não dizer um pouco inocente, até São José vira protótipo de agricultor e meteorologista, é porque se no dia 19 de março cair chuva no chão seco é sinal de muita fartura, a fé algo que deve ser respeitadíssimo “Esse menino bota uma intenção para as almas vaqueiras, sabidas, entendidas, do purgatório, 13 almas santas (detalhe até hoje não se sabe quem são essas 13 almas!)”, “Valei-me minha alma santa do Pe. Cícero” é o grande nome da fé do sertão, o padre tem tanto afilhado que é sinal de que é um “padim”exemplar.; e os conselhos de Frei Damião valem até mais que os 10 mandamentos da Lei de Deus.; Nossa Senhora essa nem fale ,o carinho pela mãe é muito grande “Valei-me meu padinho Ciço e Mãe de Deus das Candeias..”
Há comportamentos que pelo que sei só ocorrem no sertão, “desde que me entendi de gente” se falava numas botijas (recipientes onde se guardavam coisas valiosas.) as quais eram enterradas nas casas como símbolo de riqueza, porém se alguém fosse desenterrá-la com usura aquelas riquezas se transformariam em coisas sem valor.
“Nosso céu tem mais estrelas...” sim o céu do sertão tem mais estrelas, pois lá se encontra tempo de olhar as estrelas, senta-se na calçada com a cadeira de balanço para saudar quem passa na rua e porque não para falar um pouco da vida alheia “espia só” “Quem é? Filho de quem? E é?” e mesmo em pleno século XXI a lua é esperada como a grande atração da noite, ela que ilumina o coração, os olhos dos casais apaixonados. Não posso esquecer os riachos que enchem não apenas as valas escavadas pelo chão, mas os olhos das crianças e dos jovens “quando chego no riacho...”
Tem frutas do sertão que na há damasco ou pêssego em calda que derrube como o umbu, dele vem à umbuzada; banquete que scargot e lagosta viram “Ets” gastronomicamente falando, dão lugar ao “requintado” bode assado ou galinha de capoeira. Plantas como Jurema, Xique-Xique, Caroá se tornam destaque no Reino Vegetal
Entretanto sei que no interior e principalmente no meu sertão muita coisa que foi relatada aqui neste texto mudou, mas há ainda lugares por este nordeste de meu Deus que guardam ainda essas tradições, porém o intuito é mostrar que nunca devemos deixar de lado as nossas origens, pois são elas que fazem ser o que somos independentes se continuarmos lá ou se formos para os grandes centros, porque a essência da vida está naquilo que somos como somos de nosso jeito.
Forte abraço e inté mais:
Diego Monteiro

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Meu estilo de escrita é ler a realidade que me cerca buscando certa interação entre o mundo e eu, mas não apenas de um jeito qualquer de “ser apenas um ser jogado por aí”, mas me esforço o bastante pra me interagir nos pequenos detalhes que aparecem nessa imanência toda em que habitamos, onde transcender muitas vezes é uma aventura e dom para poucos. Tô meio Lulu Santos ainda neste quesito: “ainda vai levar um tempo...”, porém motivado a fazer este exercício sublime do saber.
Vendo dois jovens conversando, cujo eixo central do diálogo deles era: ‘Eu vi as Torres Gêmeas sendo destruídas", o outro interagiu: “Eu vi um Negro  liderar os Estados Unidos maior potência mundial...” e assim foram  e mesmo no meio do trabalho e do barulho dos outros jovens comecei a captar a mensagem e também dentro de mim, pensei também nas coisas que eu já tinha visto, foram muitas, mas deixa para lá, meu foco de produção textual não é dá seguimento ao que vi nessa vida. “Voltemos as coisas mesmas...”
Quis me ater numa coisa dentro de tudo isso, a reflexão sobre a nossa capacidade de ler com os olhos a realidade que nos permeia. Diz-se muito por aí “ver com os olhos da fé”, mas já paramos para pensar sobre esse olhar, o que seria? Seria olhar para aquele que sofre e ter compaixão, rezar por ele, perceber traços Deus mesmo diante daquela transfiguração corpórea, perdoar a quem nos magoou ter no coração o sentimento de tolerância e respeito ao credo diferente? “ver com os olhos do amor” seria talvez levar tudo na vida no “paz e amor”, onde tudo é lindo e colorido além do horizonte, viver uma vida a dois perfeita sem discussão, ao som de “turu-turu quando você passa...”, comungar do amor apenas aqueles que pensam e agem como eu, ou ver a janela do meu quarto visitado por uma sinfonia de pardais todas as manhãs, se sentar com moribundos deste mundo partilhando de tudo que eles tem e às vezes nem tem, como foi Teresa de Calcutá, São Francisco de Assis, entre outros..?
Todo olhar é importante até mesmo os mais asquerosos, até porque gosto daquele pensamento que diz “os olhos são a janela da alma”, pois somente através dele é que podemos perceber se olharmos bem no fundo dos olhos veremos não apenas sua cor, mas poderemos sim lermos o coração dos indivíduos e com isso perceber tudo de bom que ele/ela tem a nos oferecer, toda sua sinceridade exposta. 
O mais interessante de tudo isso é quando agente está sempre acostumado a olhar a pessoa todos os dias, e quando dizemos algo do seu olhar parece, é comum vê-las surpresas, dá uma sensação de pensar assim “parece que ainda nem me conhece, informação nova é essa?”, se porta como Jesus no Evangelho “estou há tanto tempo convosco e ainda não percebestes que Eu e o Pai somos um?” Não classifico como detalhe novo, mas uma forma sim de conhecermos melhor as pessoas, afinal é sempre bom fazer "um retorno do eterno princípio" com quem convivemos, e como nos ensina a Filosofia da Religião “é olhando o outro que vejo a manifestação de Deus!”. Que possamos fazer uma leitura da vida através de nosso olhar e possamos valorizar o  belo do Criador que se manifesta em nossas vidas!

Forte abraço:
Diego Monteiro.

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O que expressar quando as palavras faltam ao pensamento e a mente viaja por aqueles locais que outrora visitei, deixando rastros dos meus pés, o cheiro do meu perfume e as marcas de minhas digitais nos objetos que toquei...
O que fazer com o coração quando seu pulsar se torna mais acelerado, mas ao mesmo tempo  vazio de outras coisas e cheio de outros sentimentos nobres, ávidos de serem divididos, e ainda procura um outro coração-destinatário.
O que fazer com o olhar quando os olhos persistem em mirar na direção de um horizonte que leva ao lugar mais lindo do mundo e perfeito, apesar das “imperfeições humanas”, mas mesmo assim são perfeitos, pois a força centrípeta do amor qualifica tudo e o todo.
O que fazer com as canções que embalam tantos momentos da vida, sejam doces ou amargos, que deixam aquele sabor inigualável, que nem Dona Margarida com todas as suas aptidões culinárias consegue fazer.
O que fazer com os pés que fatigados de trilhar os caminhos da existência, sempre encontram repouso e descanso absoluto, e por mais que a trajetória seja árdua insistem em voltar aos mesmos caminhos...
O que fazer quando o sentimento da saudade chega sem marcar horário de chegada e muito menos de saída, e as distâncias físicas, geográficas triplicam e nem as fibras ópticas não são capazes de encurtar.
O que fazer com a vida? O que fazer com os sentimentos? O que fazer com os escritos?

Forte Abraço:

Diego Monteiro

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