Essa máxima de Dom Bosco pode nos
nortear no sentido de refletirmos não sobre nossas ações caritativas, ou de
como andam nossos ciclos de amizade tanto virtuais quanto reais, enfim, o que
pretendo abordar é justamente o papel desse OUTRO na minha vida, e a
importância que dou a esse OUTRO.
De acordo com o filósofo Emmanuel
Lévinas “É diante do rosto do Outro que o
sujeito dá conta que é um ser responsável.” , "Para saber uma verdade
qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro."(Sartre),
claro se eu fosse elencar outras idéias sobre o outro, talvez seria uma
postagem apenas de frases e conceitos, mas não é este o propósito. Às vezes parece-me
que quando falamos do outro sempre nos levamos em consideração como aquele próximo, que nos agrada,temos apreço,
enfim fica um conceito meio no viéis da camaradagem, até então é fácil nos
relacionarmos com o outro e entendermos que ele “é a imagem e semelhança de Deus.”!
Mas e quando esse OUTRO, é
contrário de tudo isso? Como o vemos? Percebemos? Convivemos? “O inferno são os outros” já afirmava
Sartre, e a troco de que iremos assim compartilhar desse inferno de uma forma
tão fraternal?Como encarar esse outro quando não nos é amigável, usa de
malícias para se aproximar de nós, que sorrir na frente e fala mal por trás, que
julgamos nosso braço direito e em seguida vira esquerdo, e já que o novelista
João Emanuel Carneiro está em alta, e quanto a este outro, quem tem culpa
finalmente “Nina ou Carminha”?, serial killer não me atrai em nada e deixa a
cabeça muito confusa, mas vamos lá...
A máxima do grande patrono da
Juventude nos coloca diante de um desafio enorme de nossa existência, o CONVIVER
com tudo e com todos. Claro sem perder nosso caráter em prol de coisas que não
são tão agradáveis. Esse outro como evoca São João Bosco é aquele que em qualquer
circunstância pode entrar em nossa vida,seja pela porta de nossa simpatia,
amizade, ou até mesmo pelo contrário.O segredo desse estar para o outro, não
pode ser pautado em altruísmos, chantagens, medos, ameaças, entre outros
elementos, mas alicerçado na sinceridade dos fatos, do chegar junto sem medo, e
mesmo se esse OUTRO migrar para o lado do desagradável.Nós que acreditamos nas capacidades
do outro, da forma ética e cristã devemos acolhê-lo, até porque todas as nossas ações
tem conseqüências direta ou indiretamente, não é preciso que repercutam na mesma
hora, mas um dia irão ser irradiadas nos fachos dessas nossas ações.Pode
parecer meio que auto ajuda, mas quando dermos o primeiro passo de acreditar
nos valores universais da amizade, do amor ÁGAPE, desprezando quaisquer
interesses, iremos mudar muita coisa em nosso mundo.
Não podemos abraçar o mundo
sozinhos, mas se abraçarmos uma parte dele estaremos fazendo uma grande ação.E o
que outro vai significar para mim depende muito também do que estamos jogando
no terreno da existência dele em nossa vida. É bom lembramos que as rosas que
estão no jardim não estacionam apenas no cheiro e cor das pétalas, mas dentro
desse jardim encontramos espinhos nelas, que furam e ao fazer isso gera uma dor
muito grande, sai sangue,é certo que estanca, mas fica muito difícil
esquecermos que naquela tão linda e cheirosa rosa eu me espinhei um dia!
Enfim aprendamos sempre que “O OUTRO É O EU QUE NÃO SOU EU”
(Sartre), não vamos querer cópias perfeitas nossas em nossos ciclos de amizade,
somemos valores, ensinamentos, espiritualidade, sonhos, ideais, porém
respeitemos a essência e simplicidade daquele que consideramos com tanto carinho como o OUTRO em
nossa vida.Somente assim iremos superar as Avenidas Brasil tortuosas que
encontramos em nossas vias de existência.(oioio,ôiôiôi.. He He He) até porque
na novela da vida real ele (o outro) tem o seu lugar:o do DIÁLOGO.
Forte abraço:
Diego Monteiro