Questionar-se é um ato instigante
que permeia o coração e a mente das pessoas. Os questionamentos ora podem ser
benéficos em outros momentos não, até porque a interrogação quando vira dúvida,
no sentido estrito de por a prova, é perigoso, triste,angustiante...
Certo dia vendo uma cena no
centro da cidade pela janela do ônibus, questionei-me “Como Pode?” e com este
vieram milhares de sensações, situações de vida...
Como pode uns com tantos e outros
sem nada, e estes sorrirem de forma tão límpida e sincera apesar de algumas
precariedades?
Como pode amores tão lindos e
apaixonados, esvaírem-se pela distancia, desconfiança, impossibilidade?
Como pode ter pessoas que dizem
ter fé numa coisa, e ao mesmo tempo necessitarem de outros elementos
espirituais para vivenciar a sua fé?
Como pode alguém assumir
publicamente um amor e suas atitudes negarem tudo aquilo que outrora foi
confessado, proclamado...?
Como pode morrer em tenra idade
ou no ápice dela e não ter vivido outras experiências?
Como pode existir adeus, sabor de
um até logo, ou o inverso?
Como pode haver tanta criança no
mundo sendo pai e mãe de uma forma tão breve?
Como pode a vida de algum ser
festejada com as desgraças dos outros?
Como pode alguém de tanta
piedade, ao invés de sua vida ser de oração, é voltada ao ódio, rancor,
calúnias...?
Como pode a chuva ser alegria
para uns e sofrimento para outros?
Como pode um surdo com Bethowen
compor sinfonias tão lindas ou Steve Wonder mesmo sendo cego tocar
perfeitamente piano?
Como pode aquele que parte para
ensinar,terminar saindo dali aprendiz?
Enfim, questionar na verdade é um
exame de consciência de nossas vidas, por este ato podemos crescer ou diminuir,
aprender mais que ensinar, amar mais que ser amado...
Como pode tantas coisas em nossas
vidas, com suas nuances, horas, idas e vindas?Há uma resposta convincente: DEUS
que rege tudo e permite tudo- da morte natural, das lágrimas ao sorriso, da fé
a descrença; do amor ao ódio, da surpresa a decepção, e por aí vai...
Forte abraço:
Diego Monteiro
Cícero,
Tenho os meus "como pode?". Basicamente a maldade (quando não é fruto de limitação humana tão somente) me intriga.
As coisas outras, pouco menos.
Perguntamos muitas vezes pelo "Infinito", vendo fagulhas dele em coisas espetaculares aos nossos olhos, como a arte, a beleza, a superação... Mas se existe a pergunta pode ser porque, dentro de nós tem a ideia de Infinito (Só podemos imaginar e indagar sobre algo se em nós existe algo que manifeste a ideia do mesmo. Será), ou então porque a nossa visão de Infinito é bastante finita. Ou seja, o lugar bem longe, onde não vejo horizonte se torna infinito... A nossa ideia de para sempre é só até onde podemos mensurar o tempo. Mais uma vez, será?
Idem para outras categorias...
Sei lá! Lendo seu texto pensei nisso!
Para o resto, acredito que o "como pode" pode (propositalmente) nos levar para além da pergunta. Lembra-se... A interrogação é só o inicio!
Outras coisas, ainda, só se tem o gostinho de perguntar. As respostas?!? Nunca (olha a ideia de infinito finita) virão!
Como é que pode uma coisa dessas????