"Esse sol tão lindo, gostoso de se ver, essa vida boa correndo pelas mãos"

"Olho para o céu, tantas estrelas na imensidão do universo em nós"

"Vesti o melhor sorriso..."

"Cogito, ergo sum"

Archive for novembro 2011






Decidi fechar a porta, passei a chave, fechei as janelas, apaguei a luz e li numa placa “Bem Vindo ao seu mundo!”. Fiquei só, apenas eu e Eu mesmo, naquele lugar de aconchego e descanso, seria mesmo? Ao deitar na cama de lençol bem disposto e travesseiros ali na cabeceira ,realizei aquele ritual de olhar para a cama e dispor toda minha estrutura corpórea, pronto para participar daquele momento intimista, tendo como cenário o quarto, não apenas o referencial do repouso, até porque o ato de repousa é metafísico (vai além dos nossos sentidos) está relacionado com a ataraxia da alma e não apenas do corpo.
Então... pensei nas noites insones em que muitas vezes o travesseiro foi uma segurança com seu silêncio mórbido ouvindo os meus lamentos, recolhendo meus cochilos rápidos, confidenciando meus sonhos (realizáveis e irrealizáveis), ou ainda, recebendo em primeira mão meus ideais de antes ou depois das realizações, respirações ora de alívio, ora ofegantes...
Os lençóis e cobertores, não apenas para proteger do vento frio do ventilador ou dor ar e até mesmo da brisa que entra pela janela, mas se tranforma num “manto sagrado” participando com muita propriedade das tensões/ tranquilidade daquela “velha carcaça”, “cárcere da alma” como falaram os filosófos da Grécia Antiga.
A cama, assim como o corpo é debruçado sobre a terra após seu último suspiro, ela nos recebe com todas as nossas cargas emocionais e físicas. Nos espera em seu silêncio, disponível a nos servir a qualquer hora que chegarmos, não podendo dizer nada mais que sua realidade de cama permite expressar perpetuamente: senta... deita... descansa...
As janelas, o nosso olhar para o mundo e do mundo para nós, palco de apresentação da sinfonia dos pardais, local no qual o olhar ultrapassa os limites do pensamento humano, assim como ser cartão de apresentação também pode siginificar “com licença, vou entrar!”...
Mas é no guarda roupa que se encontra uma parcela do ontem, hoje e amanhã, é dele que surgem os artifícios que identificam a minha presença no mundo, a roupa que irei usar no Samba, na Missa, no Trabalho e até mesmo em casa. “Com que roupa eu vou?”. As camisas (me lembram cheiros, odores, fatos..), os sapatos (os caminhos de idas e vindas, chegadas... partidas..), as roupas de cama trocadas( traz um ar de renovação, de cheiro bom, recomeço...) e toda aquela arrumação me remete a um exame de consciência de vida profundo de cada ato, de cada fato, de cada dia vivido...
Acendi a luz , me olhei no espelho, liguei o som  e ouvi a minha cantora favorita, abri a janela senti o vento, olhei tudo ao redor e disse: “Hora de recomeçar... depois dessa porta está o mundo dos homens, deixo aqui o meu mundo por uns instantes...
 Até mais lugar da centralidade, alegrias, sons, oração, do Encontro...”

Forte abraço:
Diego Monteiro

Continue





Bem nesses  dias pus-me a refletir sobre os acontecimentos da vida, mas não no sentido de chegar a realização deles e ser coberto de audácia, tipo “minha conquista”, “meu troféu”, “meu sonho e realização” não, mas uma reflexão pautada no depois. É posterior a essa sensação de dever cumprido, depois das luzes, grito eufóriocos, performances, momento sonhado, enfim o que resta? E depois?
Depois da despedida, a  chegada, e depois da chegada?
Depois da dor, a alegria, e depois da alegria?
Depois de anos de estudos, a relização profissional e depois?
Depois  do namoro, o noivado, depois do noivado o casamento e depois?
Depois do Seminário, a Ordenação, e depois?
Depois  do sim dos nubentes  no altar?
Depois do ensino e toda didática do professor?
Depois do último adeus no caixão?
Depois do sorriso dos pais ao nascer o filho?
Depois do F5, a atualização, e depois?
Depois da formatura tão sonhada?
Depois da morte?!! ... há a Ressurreição, única certeza de nossa vida!
Sempre somos assim assolados por questionamentos, achamos em algum momento que encontramos as respostas oara todas as perguntas, ou para os amantes, achamos que encontramos a pessoa ideal, que nos completa e pelo fato do encontro ali já basta, no témino do Curso Superior tão sonhado,acha-se a plenitude, mas aparece alguns questionamentos: “onde vou trabalhar?”, “será que vou ganhar o esperado salário compatível com todos os meus anos de dedicação?”
Enfim são perguntas, somos por natureza seres questionadores e por que não dizer “filósofos”, almejamos respostas prontas e instantâneas, tipo “fast-food” e quando a achamos acreditamos que “chegamos ao topo do mundo.”
Coisa necessária diante de tudo isso é ter tempo com o tempo, não apenas o meu, do outro de Deus, pensemos no tempo em sua totalidade. Esperar.. Esperar.. “Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz..”(Eclesiastes, 3)
Depois da leitura desse texto, olhando e analisando essas idéias, penso imediatamente o que virá à sua mente,o que lhe vai despertar? Paro.... Penso... e Digo para mim mesmo E DEPOIS?

Forte Abraço:
Diego Monteiro




Continue




Um avião, que a princípio não diferia em nada dos outros das outras Companhias Aéreas, tinha os mesmos aparatos, deferindo um e outro aparato, coisas detalhes pequenos do fabricante, mas que dava certo ar de requinte a Aeronave.
Um dia estando no Aeroporto me aventurei a pegar aquele vôo de repente ouvi alguns “zunzuns” no saguão: “olha sabe que aquela empresa nova que chegou, sei não muito requintada, quando vê isso o serviço não vale nada é apenas aparência!” ou “ ah não sei não o que será que esse avião quer traçando os nossos céus? Nem muito trafegável é?!”, “pra mim não tem diferença das outros, mais cedo ou mais tarde virão as reclamações” , “ouvi dizer que o preço é muito caro, não há muitas facilidades para se voar nele, quase que inacessível” e por fim “ah não é todo mundo que voa nele não, se eu fosse você procuraria um mais em conta”.
Bem e por aí foram os comentários, mas olhei, observei e disse pra mim mesmo “esse avião é muito requintado o que faz neste aeroporto tão simples? Acho que não vou ter condições de voar nele não, melhor mudar de idéia!”
Mas o tempo foi se encarregando e quando vi estava sentado numa das poltronas daquela aeronave, e aquela concepção lá de ser igual às outras estava caindo por terra, tinha um “q” de diferente ali, então comumente apertei os cintos e resolvi decolar.
Turbulências, Serviço de Bordo, Poltronas Largas, entre outros tudo ainda era comum aos outros nada de diferente, mas tinha outros quesitos que faziam a diferença: a velocidade era mais pausada, o pouso era mais lento, objetivo, e um dos comissários de bordo tinha a capacidade de instruir não apenas ali dentro das dimensões da aeronave, mas suas instruções eram para a vida seja no tempo presente ou futuro.
Então decidi vou viajar sempre neste Avião por mais que venham as turbulências, o caos aéreo que muitas vezes passamos, ou até mesmo quando não posso voar de forma tão presente ele vira um JATINHO e deixa seu rastro pelo céu como se dissesse assim pra mim “Hoje não foi possível realizar nosso vôo por motivos tais e  quais, mas deixo no sinal meu rastro para te lembrar que ainda estou a riscar este céu!
É assim que comparo nossas amizades, como um AVIÃO que voamos, passamos por turbulências, nem sempre posso estar voando todo dia por motivos tais e quais, mas sei que quando eu preciso embarcar neste vôo, viajo com grande tranqüilidade e segurança, pois sei que encontro neste AVIÃO mais do que um transporte, um(a) amigo(a) em que posso contar e creio que para sempre, nem que um dia eu fique apenas com o risco do jato no ar, mas ali morará certeza de que ainda andas pelo "meu céu" a ensinar coisas grandiosas sobre a vida! .

Forte Abraço:

Diego Monteiro

Continue



A porta de entrada é a placa “Sejam Bem vindos!”, nessa boa vinda que chegamos àquela maravilha permeada de concreto, outdoors, pessoas indo e voltando, seja em carro, bicicleta, carroça, coletivo, moto... Bem “assim caminha a cidade” é o seu dinamismo, e porque não dizer sua maquiagem? Os grandes edifícios o não são a demarcação do limite do olhar (rapaz esse é  alto, mas sei que ainda podem construir outros maiores), as Igrejas principalmente nas grandes cidades têm a sua sacralidade deturpada pelo simples, não interessa o padroeiro (a) o pároco, é reconhecida mais como “ponto turístico”... Nas ruas e avenidas principais corre gente de todos os cantos daqui, dacolá, de lá, não sei de onde, equiparável as ao sangue correndo pelas veias de um corpo. Expressões muito doces saem dos lábios de quem entre nessa correria: “Você tá cego”, “comprou sua carteira”, “Filho de uma égua, tá vendo a faixa não?!” os sons ensurdecedores das buzinas, as motos que sempre querem desafiar o tempo, o espaço (entram em lugares que nem dá pra ultrapassar)... E o que falar daquele sinal que passa um tempo quase que eterno para mudar, “anda to com pressa” naquela hora do “hush”, na qual fome e impaciência casam perfeitamente, não sei bem se posso chamar isso de perfeição, mas tudo bem...
Agora vamos ao principal ingrediente da cidade: AS PESSOAS! Sim elas que dão o brilho a essa orquestra da existência humana. Tanta gente de várias cores, jeitos, olhares, corpos, uma miscelânea: pernambucanos, baianos, mineiros, alagoanos, italianos, enfim seres humanos. Nas ruas olhares trocados, talvez contemplados apenas naquela única oportunidade, informações: ,”por favor, onde fica essa rua?” “ah é fácil você dobra ali a esquerda,siga a direita...” ou ainda “olha não sei não!’( poxa vida!). E como não esquecer daqueles que lutam pelo pão de cada dia e usam de sua simpatia para tirar sua sobrevivência “Olha a pamonha, 2 por R$ 1,00”, “Vale Transporte, quer vale, quer vale”, “DVD por apenas R$ 2,00 se quiser levar três é R$ 5,00”,”Chicrete, bala, Tridente, jujuba de vários preços, quem vai querer?.Olhe quanto é?”fala o cliente, “Vinte reais” responde o vendedor, “Mas lá na frente eu encontro por 15” “Então compra lá!”termina o breve diálogo capitalista. E quando o celular toca? “É o que? Você está onde? Não dá pra ouvir, tá muito barulho”.
Outro elemento são os famosos pontos de ônibus, é lá que surgem notícias das mais variadas possíveis (economia- olhe minha conta de água veio um absurdo você acredita?, entretenimento- sim você soube da filha de Maria lá da Lotérica,tá grávida minha filha, pois foi, soube hoje na padaria, fatos- e a cena da novela ontem, Teresa Cristina fez igualzinho a Nazaré!, problemas- aqueles bilhetinhos ou uma criançinha pedindo ajuda para fazer uma refeição “ô moço me arranje um real, ou qualquer coisa serve!” lugar da música- aquela mais cantada não tenha dúvida virou modinha, mesmo que não tenha letra boa, arranjos perfeitos, tá na boca do povo é sucesso!”) Fila para entrar no coletivo, fila pra sair, encontros “oi tudo bem você por aqui!” mas quem está subindo tem um único objetivo, apesar das condições muitas vezes precárias do transporte público, pretende-se  ir sentado tranquilamente naquela cadeira, olhando pela janela a maravilha esculpida pelas mãos humanas: A Cidade! E os apertos, sempre tem gente querendo um lugar no ônibus, agarra-se nos ferros, os cavalheiros cedem lugar às damas, os conscientes ainda seguram as bolsas, sacolas, cadernos...
“Socorro!” é o grito que ecoa nos hospitais públicos, clamando por uma ajuda, afinal dor não tem hora nem dia de se manifestar, e a espera para fazer o cadastro e ouvir ainda por cima ouvir da recepcionista “o médico chegou, mas só atende caso de urgência!” poxa... Prefiro nem discorrer deixo para o leitor se questionar o que seria essa EMERGÊNCIA!
Bem, poderia enumerar ainda outros cenários: Os dos bairros nobres, por exemplo, onde se anda geralmente maravilhando com as casas, e os estabelecimentos que mais parecem cenário de novela global, perfumes que exalam olores, carros bem polidos, com ar condicionado, vidro fumê... Já em contrapartida os bairros populares ali se vive muitas vezes a partilha, a solidariedade, religiosidade simples, jeito sincero de acolher, o coletivo é nosso meio principal de transporte, às vezes esquece-se que de lá  vem o estudante esforçado, o vendedor de cachorro quente, a vendedora de produtos de beleza, e às vezes a periferia é rotulada apenas como mitiê de traficantes e marginais, não lá também tem cultura e outro valores!
Mas a cidade em sai não é assim o lugar por excelência das catástrofes, é também o habitat das oportunidades de crescimento, das praças para sentar, ler um livro, tomar um sorvete, comer um acarajé, conversar com um amigo (a), enamorar-se, ver os artistas populares, respirar um ar mesmo que não seja tão puro...!
Um dia achei um raciocínio formidável diante de tantos adjetivos sobre o que vem a ser cidade, é além de turbulenta, caótica, encantadora, não esqueçamos que todas as atribuições dependem de nós, porque “também SOMOS CIDADE!” e a partir de mim que muita coisa pode ser mudada, re-significada.
Desarmemo-nos mais e nos invistamos da sensibilidade de mesmo na correria, nos vai e vem da vida, possamos olhar a maravilha que é chuva molhando aquele asfalto obrigando todo mundo a parar uns instantes, é como se a CIDADE pedisse um pouco mais atenção e dissesse “Parem tudo e olhem pra mim!”
Forte abraço:
Diego Monteiro

Continue