"Esse sol tão lindo, gostoso de se ver, essa vida boa correndo pelas mãos"

"Olho para o céu, tantas estrelas na imensidão do universo em nós"

"Vesti o melhor sorriso..."

"Cogito, ergo sum"

Postado por Cicero Diego Monteiro Machado | segunda-feira, 18 de abril de 2011 | 0 comentários



“Orar costuma fazer bem...” já diz a canção do saudoso Pe. Zezinho, durante esses 40 dias em que a Igreja nos propõem os exercícios espirituais, a prática do jejum, da caridade  e claro da ORAÇÃO, não vejo elemento mais primordial pra refletir do que este.
E diante de tantos pensamentos sobre a Quaresma, Semana Santa, na gama de tantas homilias ouvidas, reflexões de grupos, partilhas no Grupo de Oração, conversas com as pessoas na Pastoral, como elemento de destaque fiquei com oração. Numa aula de Metafísica na qual o professor refletia sobre o bem ou o belo em Tomás de Aquino, afirmou que a oração entraria nesse rol, ou seja, logo entendi que a oração metafisicamente falando é “um bem útil, deleitável e honesto.”, esclarecendo, ela serve como meio de atingir um fim; proporciona alegria e satisfação e por último por ser o bem primeiro propriamente dito.
E ainda prosseguindo no raciocínio da Filosofia da Religião, diante de autores (as) que dedicaram seu tempo refletindo sobre a nossa experiência com o transcendente vi algo que me espantou e mexeu profundamente com a minha espiritualidade “A oração autêntica é AMIDÁ (oração silenciosa)”, logo pensei, seguindo este itinerário vi que nunca rezei em minha vida!
Para que me conhece bem, digo assim convive ou conviveu comigo dia-a-dia, sabe que sou muito dinâmico e isso reflete no meu interior, ou seja, a minha oração é muito dinamizada, não sou do tipo de ficar horas e horas em profundo silêncio e com locuções profundas com Jesus Cristo, como tantos místicos da Igreja, não sou contra, apenas admiro, mas já tentei experimentar tal façanha, vi que não o meu jeito. Lendo sobre a espiritualidade salesiana durante um bom tempo em minha vida, dentre vários elementos contidos nela uma coisa me identifiquei “desembocar o contemplativo no ativo.”, pensei como se dá isso? Rezar em todos os instantes do cotidiano de nossa vida: na escola, dirigindo, viajando, estudando, fazendo caminhada, e até mesmo jogando vôley (ai meu Deus tenho que fechar este set, ou ainda, preciso não errar essa bola estamos perdendo... he he he). Se Dom Bosco conseguiu e ensinou aos seus discípulos eu também posso!
Há quem diga que o espaço propicia ou não a oração, isso eu concordo, prefiro lugares aconchegantes para rezar; há os que defendem que há elementos que ajudam no contato com o transcendente, sempre é bom o refrão de uma música para elevar o coração ao Pai isso me ajuda na concentração, mas não há forma melhor de rezar do que aquela que nos faz está “frente a frente” com o Pai, do jeito que estamos na forma que estamos... Ufa! dá um alívio, uma sensação de sinceridade diante de Deus,pronto esse é meu jeito de rezar, como menciona  Charles de Foucald em um de seus escritos “A oração é o diálogo familiar da alma com Deus”.
Agora também se sabe que oração requer ação, não adianta ficarmos apenas nos louvores, nas Lectio Divinas “ruminando” a Palavra de Deus se não dermos um sentido real e concreto a essas práticas. Estando numa Missa campal e quase chegando à hora esperada da Celebração Eucarística, uma mulher muito simples de aparência cansada começou a passar mal, talvez uma baixa ou queda de pressão, mas o avoroço foi tão grande meu, do colega e das pessoas que viam aquela cena do marido querendo trazer sua esposa à tona e o filho do lado olhando sem saber o que fazer, logo fomos (eu e ele) ligamos para a Ambulância e perdemos a comunhão... Nossa pensei, participar de uma missa sem comungar é meio que desagradável se tiver um motivo justificativo disso, mas imediatamente o amigo de caminhada disse-me “Diego nós não comungamos a Eucaristia na espécie consagrada, mas ela foi traduzida em caridade quando ajudamos e nos compadecemos com esta nossa irmã.”, lembrei da passagem de Lc. 10, 25-37 “Vai e faze tu o mesmo” (Parábola do Samaritano), nisso compreendi naquele Domingo de Ramos que Oração requer AÇÃO, e um filósofo da religião chamado Lévinas nos diz que “é no rosto do outro que eu vejo o rosto de Deus.”
Pense numa experiência que irá entrar na minha vida, com isso percebo que tenho muito que crescer na percepção dos sinais visíveis de Deus, e com isso fico mais afinado com a espiritualidade que me referi no começo do texto “o contemplativo no ativo”.
Que nesta Semana Santa possamos crescer na atitude de transformar aquilo que comungamos, rezamos em nossas práticas de piedade possam ser traduzidas em atos concretos com piedade mas sem pieguismos.
Forte abraço e uma Santa Semana Santa:
Diego Monteiro


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