O que expressar quando as palavras faltam ao pensamento e a mente viaja por aqueles locais que outrora visitei, deixando rastros dos meus pés, o cheiro do meu perfume e as marcas de minhas digitais nos objetos que toquei...
O que fazer com o coração quando seu pulsar se torna mais acelerado, mas ao mesmo tempo vazio de outras coisas e cheio de outros sentimentos nobres, ávidos de serem divididos, e ainda procura um outro coração-destinatário.
O que fazer com o olhar quando os olhos persistem em mirar na direção de um horizonte que leva ao lugar mais lindo do mundo e perfeito, apesar das “imperfeições humanas”, mas mesmo assim são perfeitos, pois a força centrípeta do amor qualifica tudo e o todo.
O que fazer com as canções que embalam tantos momentos da vida, sejam doces ou amargos, que deixam aquele sabor inigualável, que nem Dona Margarida com todas as suas aptidões culinárias consegue fazer.
O que fazer com os pés que fatigados de trilhar os caminhos da existência, sempre encontram repouso e descanso absoluto, e por mais que a trajetória seja árdua insistem em voltar aos mesmos caminhos...
O que fazer quando o sentimento da saudade chega sem marcar horário de chegada e muito menos de saída, e as distâncias físicas, geográficas triplicam e nem as fibras ópticas não são capazes de encurtar.
O que fazer com a vida? O que fazer com os sentimentos? O que fazer com os escritos?
Diego Monteiro